O jeito certo de criar seu filho é do seu jeito. | Crédito: Arquivo pessoal

Outro dia, estava tomando café com umas amigas e uma delas disse que a pediatra recomendou não dar mais peito para o seu filho de madrugada, que ele não precisava mais e que ela deveria tentar fazê-lo dormir de outra forma para não criar um hábito ruim. O filho dela só tinha quatro meses na época. Com o Gabriel, hoje com quase 15 meses, faço a mesma coisa nas poucas vezes e nos poucos dias (felizmente) que ele acorda durante a madrugada.

Com todo respeito ao médico e a sua formação, o pediatra pode dizer que seu filho não precisa mamar mais de madrugada e você sabe também que ele não mama por fome; mas é você também que sabe que, se der o peito, ele vai mamar e dormir em 5 minutos e que, se não der, sabe-se lá em quanto tempo você conseguirá fazê-lo dormir, provavelmente depois de muito choro. E você sabe disse porque é você que passa por isso de madrugada, exausta e morrendo de sono.

Depois de me perder em pensamentos confusos e cheios de culpa, eu decidi fazer o que é melhor pra mim e pro meu filho em cada momento que estamos vivendo, mesmo correndo o risco de, aparentemente,  estar criando um hábito ruim. Eu acho que quando ele for mais velho e começar a compreender melhor, será mais fácil tirar o hábito do que tentar fazê-lo agora. Mas isso é o que funciona na minha casa e na nossa dupla mãe e filho por enquanto e que não é algo imutável. Com você, pode ser diferente e funcionar também.

E esse é justamente o meu ponto: façamos o que funciona pra gente. O jeito certo de criar seu filho é do seu jeito, da melhor maneira dentro do seu contexto e do momento que vocês estão vivendo naquela hora.

Não importa se seu bebê dorme no berço desde o primeiro dia ou se até hoje você faz cama compartilhada. Tudo bem se você conseguiu amamentar exclusivamente até os seis meses ou se antecipou a introdução alimentar por algum motivo. Que bom se você resistiu e não deu chupeta para o seu filho, mas não se culpe duramente se você acabou cedendo para conseguir fazer com que ele dormisse mais facilmente. Sinta-se privilegiada se consegue ficar em casa cuidando do pequeno, mas não se sinta mal por ter que (ou até querer) voltar a trabalhar.

O que não faltam são livros ensinando técnicas e textos dando dicas para inúmeras situações para as mães. Eu li alguns, confesso, que só me deixaram mais confusas (e com mais culpa). Gosto de trocar ideias com outras mães também e saber como elas fazem. A experiência de outras pode ajudar, bem como o conhecimento médico está aí para orientar. Mas, no final, a decisão será sua (e do seu marido se for o caso) baseada nas 24h que você passa (passou) com o seu filho no pós-parto e no dia a dia depois.

Veja o que funciona pra vocês, tente várias formas, não tenha medo de mudar e nem de errar. Na verdade, não gosto da palavra erro no contexto da maternidade, afinal, estamos num aprendizado contínuo.

Temos que confiar mais na nossa capacidade de ser mãe. | Crédito: Arquivo pessoal

Temos que confiar mais na nossa capacidade de ser mãe e fazer como achamos que é melhor naquele momento ou até fazer do jeito que der, mesmo se não for como a gente gostaria. Que usemos nosso amor para nós encorajar e passemos a acreditar que a cada dia tudo “só melhora” (como diz nossa leitora Talita do blog com esse mesmo nome).

Esqueça os livros e os palpites se esses só te fizerem se sentir mais confusa e culpada (Lembram do meu post Pare de ler tanto ou não?). Podem existir dezenas de técnicas para ajudar na criação e na educação dos filhos, mas não há regras. Ou melhor, existe uma regra sim, mas essa toda mãe segue naturalmente: seja qual for a escolha, faça com amor.

Você está fazendo com amor? Fica cansada de vez em quando? Tem dúvida quase sempre? Fica perdida às vezes? Então algo me diz que você está fazendo do jeito certo. Nosso filho, nosso jeito, nosso mundo, nosso tudo. <3

Tags: Amor, aprendizado, criação, culpa, educação, jeito, maternidade, medo