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Pode ser

Postado em 02/09/2016 por em Comportamento | Comente!

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Nem sempre vamos saber o motivo de tudo e não há nada de ruim nisso. | Crédito: Arquivo pessoal

A gente ouve tanto falar da maternidade que, por um momento, achamos mesmo que quando o bebê nascer vamos nos transformar em mães e saber tudo o que se passa com nossos filhos. Ele vai chorar e você acha que vai aprender a identificar os choros. Ele vai fazer uma carinha e você acha que saberá do que se trata. Já falei sobre esta expectativa num post sobre “O melhor do primeiro mês”.

Pois bem: o primeiro mês passa, o segundo, o terceiro… O primeiro ano… e quer saber? Não, a gente continua sem saber do que se trata. Claro, com o tempo, vamos nos conhecendo melhor e aprendendo sim a identificar alguns sons e comportamentos, o que não significa que sempre saberemos do que se trata.

Há umas semanas, não sei o motivo, Gabriel voltou da escola meio chatinho. Queria comer e não queria, queria brincar e não queria, se jogava no chão, chorava, parava, levantava… E aí começam os palpites de quem está ao redor. Será que é sono? Será que ele está ficando doente? Será que é dente? Será que é manha? Será que é birra? Eu respondo: pode ser.

Porque, de verdade, tem vezes que não sabemos e tudo pode ser. Pode ser dente nascendo, pode ser uma soneca mal dormida ou alguma birra. Pode ser que ele simplesmente não esteja nos seus melhores dias (como ocorre com a gente) e esteja frustado por alguma coisa. E tem vezes que não sei o que é e realmente não acho que temos a obrigação de saber sempre. Talvez nem ele saiba e está frustrado por ter que lidar com algo que desconhece.

Quando a criança começa a falar, até fica mais fácil de identificar, mas nem sempre. Tem vezes que começo a perguntar para o Gabriel se ele quer comer, dormir, etc… E ele só responde “não” pra tudo. Lógico que a experiência materna que adquirimos a cada dia nos ajuda a descartar hipóteses e a tentar fechar em um motivo.

Funciona assim quando eles são menores: trocamos a fralda para descartar a fralda suja, damos peito para descartar fome, fazemos exercício para ver se não são gases causando incômodo, tentamos embalar para ver se não é sono – e assim vamos, um a um, eliminando o que pode causar desconforto. O que não significa que sempre conseguiremos identificar. Há dias em que damos sorte e conseguimos acalmar nossos pequenos e há dias em que isso não ocorre, apesar de tentarmos as mesmas coisas, e não achamos explicação. O estabelecimento de rotina também ajuda na identificação de fatores, pois pelo horário podemos fazer suposições.

Eu me tranquilizo pensando que nem sempre vou saber o que se passa com ele, mas sempre tentarei aliviar o incômodo ou tenta entender e deixar passar. No final, tudo passa – seja com peito, colo, aconchego, distração ou com o tempo.

E se um dia pode não ter sido muito bom – com o pequeno emburrado, chorando muito ou testando nossa paciência -, aí vem a noite e depois um novo dia para começar tudo de novo e com tudo para ser um bom dia. Pode ser que seja ou não, mas não desanime. Nem todos os dias são maravilhosos, mas podemos tentar fazer com que os dias ruins não sejam tão pesados apenas mudando nossa atitude, baixando nossa expectativa, respirando fundo, tomando um bom banho e sabendo que estamos fazendo o que podemos. Que tal? Pode ser? <3

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