Menu+

Visita de Mãe: Nossa música

Postado em 19/08/2015 por em Desenvolvimento, Gravidez, Sono | Comente!

Hoje temos uma visita nova na nossa coluna.  A Sabrina é jornalista e mãe do Enzo, de oito anos. Ela também é blogueira e escreve o blog Uma mãe como outra qualquer, que, como ela mesmo descreve, é “um cantinho para histórias, alegrias – eventualmente algum desabafo – e, principalmente, um lugar para mostrar que ser mãe de autista dá trabalho, mas é apenas ser mãe. E que essas crianças tão especiais são, antes de tudo, crianças”. Não tem tudo a ver com nosso blog sobre experiências da maternidade? 🙂 Neste primeiro (porque esperamos que venham mais, viu? rsrs) texto para a coluna #VisitadeMãe, Sabrina compartilha conosco a música que embalou – e ainda embala – a sua relação com o Enzo.

 

Nossa música| Por Sabrina Brognoli d’Aquino 

 

Toda grávida sabe que, assim que se engravida, a gestante recebe palpites de todos os lados. Eu acho que fui uma grávida tranquila, soube separar o que e quem me agradava e o que eu achava que era viável para mim de todos aqueles conselhos de tias, blogs, sites e afins.

Soninho gostoso do Enzo. | Crédito: Arquivo Pessoal

Soninho gostoso do Enzo. | Crédito: Arquivo Pessoal

Mas algo que me chamou a atenção e não lembro onde eu li, foi a sugestão de escolher uma ‘música‘ para ser sua e do bebê. Eu cantava muito para o Enzo desde o início da gravidez, colocava músicas fofas e de letras otimistas e positivas e passava o dia escutando. Nunca fui de ver TV em casa, então, aproveitava todo o silêncio para cantar e conversar muito com o ‘bebê’ – e coloco entre aspas porque sei que comecei muito antes dele ser classificado biologicamente como bebê, mas, né, grávidas sabem que eles são nossos bebês assim que sabemos que eles estão ali 🙂

Quando vi essa dica, cismei com uma música muito usada em evangelização de crianças, apesar dela não falar especificamente sobre religião nenhuma: Cativar. E, apesar de seguir cantando muitas outras músicas, toda vez que cantava, explicava para o bebê que aquela seria a nossa música, que toda vez que ele a ouvisse, deveria lembrar do meu carinho, do meu amor, que poderia se acalmar que ela seria o sinal de que eu estaria sempre por perto para protegê-lo.

Acho que qualquer canção que eu cantasse ali, vindo de mim, que era a mãe, e com o carinho que eu colocava, teria o mesmo efeito. Mas eu seguia repetindo pra ele que aquela era a nossa música.

O Enzo nasceu de 32 semanas, com 1,175kg e precisou ficar 43 dias na UTI neonatal. Durante todos esses dias, segui cantando Cativar, muitas vezes ao dia. Sim, ele se acalmava e dormia, e relaxava, e eu notava que fazia bem. Cientificamente, não posso dizer que era a ‘nossa música’ que causava isso. Acho que qualquer canção que eu cantasse ali, vindo de mim, que era a mãe, e com o carinho que eu colocava, teria o mesmo efeito. Mas eu seguia repetindo pra ele que aquela era a nossa música.

O Enzo foi crescendo e mantive o hábito de cantar para ele dormir. Hoje ele está com oito anos e sim, ainda canto na hora do soninho. Várias músicas, incluindo Cativar. E depois que ele ficou maiorzinho eu praticamente não falei mais para ele que essa era a ‘nossa música’ e por muito tempo achei que tinha sido um investimento ‘em vão’. Até que no começo deste ano, ele pediu pra eu cantar na hora dele dormir. Perguntei que música ele queria que eu começasse. E ele me respondeu, todo dengoso:

– A música da mãe!!!

 

Tags: , , , ,

Comente!

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *