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Visita de mãe: Pais educam e avós… educam também!

Postado em 10/06/2015 por em Alimentação, Comportamento | Comente!

A Magda inaugurou a nossa coluna #VisitadeMãe com um texto lindo sobre persistir na amamentação (se ainda não leu, veja aqui). Agora ela volta com uma boa reflexão sobre o papel dos avós na educação dos nossos filhos. Boa leitura!

Pais educam e avós… educam também! | Por Magda Pamplona

 

Crédito da foto: Riokids

Crédito da foto: Riokids

Todo mundo já deve ter ouvido aquela expressão de que pais educam e avós estragam. Confesso que eu nunca gostei dela. Detestava imaginar meus pais ou os pais do meu marido tirando nossa autoridade, fazendo coisas que iam contra o que pensávamos ser correto.

 

Nossos pais já tiveram seus filhos e a chance de criar do jeito deles, com erros e acertos – com certeza fazendo o melhor que podiam. Agora é a nossa vez: de fazermos igual aquilo que consideramos que deva ser repetido e de mudarmos o que julgamos que deva ser diferente.

 

Posso dizer que sou privilegiada. Meus pais e meus sogros respeitam as escolhas minhas e do meu marido. Conversando com amigas e colegas mães, vejo que a alimentação é um dos principais pontos de discórdia entre pais e avós.

 

A alimentação da nossa filha é bem diferente daquela que tivemos quando éramos bebês e crianças. Na época, nossos pais não tinham a quantidade de informação que temos hoje sobre alimentação saudável. Além disso, muitas das escolhas que fizeram foram baseadas em indicações dos pediatras, pois as práticas médicas de 30 anos atrás também eram diferentes, em muitos casos, das de hoje.

 

Porém, eles sempre respeitaram nossa opção de não dar complemento, por exemplo. O único leite que a nossa filha tomou até hoje foi o materno.

 

Voltei a trabalhar em outubro de 2014, quando faltava um dia para ela completar 9 meses. Minha sogra tirou uma licença do trabalho para ficar com a neta nos primeiros 30 dias após meu retorno. O principal motivo foi deixar meu marido livre no período vespertino para que ele concluísse o mestrado. Nossa filha só entraria na escola em fevereiro do ano seguinte e até lá ele trabalharia de manhã e eu de tarde. Mas confesso que a A licença da minha sogra também me deu tranquilidade, pois pensava que assim minha filha não sentiria tanto a minha ausência, pois já era acostumada a ficar com a avó.

 

Nesse período de um mês eu deixei leite ordenhado para ser oferecido à tarde, como complemento às frutas. Minha sogra esquentava o leite em banho-maria e pacientemente servia numa colher, respeitando também a nossa escolha por não utilizar a mamadeira.

 

Também não oferecemos alimentos que contêm açúcar e nem pretendemos fazê-lo antes dos dois anos de idade. Quando a deixo na casa dos meus pais ou dos meus sogros, tenho certeza de que essa escolha é respeitada. Porque se não fosse, eu não deixaria . Sinceramente, não vejo nada de bonitinho, de fofinho, num avô ofertando sorvete ou chocolate pra um neto ainda bebê contra a vontade dos pais. Vejo, sim, como quebra de confiança.

 

Aliás, muitos avós acham que estão proporcionando um momento de alegria para os netos oferecendo doces escondido dos pais, como se as crianças precisassem de doces para serem felizes.

 

Optamos ainda por não dar chupeta a nossa filha. E sei que eu poderia vasculhar a casa dos meus pais ou dos meus sogros que eu não encontraria uma. Felizmente não preciso fazer isso, pois confio neles. Aliás, se chegasse a esse nível de desconfiança, eu não deixaria nossa filha com eles, sem nossa presença. Se ela chora, eles acalentam com muito colo e paciência.

 

Mas daí alguém vai dizer: mas Magda, tu és muito chata. Não acho chatice exigir respeito com relação às escolhas que faço para a minha filha. Essas situações que narrei podem até parecer bobagem para alguns. Mas é no dia-a-dia e nas pequenas coisas que construímos os vínculos, a confiança no outro.

 

Não estamos livres de fazer escolhas erradas também. Aliás, erramos muito. Nossa filha só tem um ano e cinco meses e tem muita coisa que eu faria diferente em diversas situações que vivenciei. Mas a vida é assim, um constante aprendizado.

 

Ah, mas estragar com muito beijo, carinho, amor, pode, né, Magda? Beijos, carinho, amor, abraço, afeto, cuidado, presença, nada disso deve ser economizado na relação entre avós e netos. Isso não estraga ninguém. O que estraga alguém é a falta desses sentimentos e atitudes.

 

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