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A dor da separação

Postado em 22/02/2016 por em Desenvolvimento | 1 comentário

Temos que aproveitar qualquer tempo que tenhamos com nossos filhos, seja pouco ou muito. | Crédito: Arquivo pessoal

Temos que aproveitar qualquer tempo que tenhamos com nossos filhos, seja pouco ou muito. | Crédito: Arquivo pessoal

Já contei aqui que tenho o privilégio de ter um emprego de meio período. Até em função disso, deixar o Gabriel na escola nunca foi um drama pra mim, mesmo com o pequeno já indo pra creche com cinco meses para adaptação – já que voltei a trabalhar quando terminou minha licença-maternidade de seis meses como contei neste post.

Mas, no final do ano passado, tive que trabalhar uma semana o dia inteiro. Saía de casa em torno das 7h e só voltava umas 12 horas depois. Não conseguia vê-lo nem na hora do almoço. Em um dos dias, cheguei mais tarde, umas 20h. Para manter a rotina, quando cheguei em casa meu marido já estava finalizando o banho do Gabriel. Só foi o tempo de eu vesti-lo, dar de mamar e ele dormiu. Esse foi o dia, desde que ele nasceu, em que eu passei menos tempo com ele.

E como me doeu. Foi difícil de manhã sair de casa e saber que eu ficaria tanto tempo longe. Como também me dói quando saio de casa de manhã, fecho a porta e ouço ele chorando quando percebe que já fui embora.

Na logística da nossa casa, meu marido é quem o deixa na escola. Por um lado, isso é bom porque ele sempre fica de boa. Ou melhor, ficava até o ano passado. Neste ano, ele começou a chorar mesmo com o meu marido. E para acabar de vez com nosso coração, ele ainda abre os braços e fica falando “papai” na tentativa de impedir de ser deixado na escola. Mas se fosse comigo ele iria chorar ainda mais, não tenho dúvidas. (Felizmente, desde semana passada, ele não está mais chorando. Acho que se adaptou)

Precisamos construir um ninho forte para que eles saibam que podem sempre voltar pra casa. E acho que isso se faz com amor e dedicação.

Os bebês realmente podem ter esse apego maior com a mãe. Eu chamo o Gabriel de “meu grude”. E quando chega na fase da “ansiedade da separação”, lá pelos oito meses, realmente eles ficam mais chorões e nós, mães, mais sentidas.

Fico pensando em todo mundo ( a maioria das pessoas) que tem essa rotina de trabalhar oito ou muito mais horas por dia e que vê pouco o seu filho. Ou então em quem fica no emprego durante a semana e só volta pra casa no final de semana – como as babás que passam a semana cuidando dos filhos de outra e veem os seus bem menos. Deve ser dureza!

Tudo bem que mais importante do que a quantidade de tempo que você passa com o seu filho é a qualidade. Por isso, quando estivermos com eles, temos que estar de verdade. Precisamos tentar largar o celular, desligar a TV, sentar no chão e brincar com eles. Temos que curtir cada colherada que estivermos dando para ele comer e não querer que eles comam rápido para nos liberar.

Não poderemos mantê-los sempre ao nosso alcance, mas quanto melhor aproveitarmos agora, maiores as chances de eles quererem voltar mais para nosso ninho no futuro. | Crédito: Arquivo pessoal

Não poderemos mantê-los sempre ao nosso alcance, mas quanto melhor aproveitarmos agora, maiores as chances de eles quererem voltar mais para nosso ninho no futuro. | Crédito: Arquivo pessoal

Eu procuro fazer assim com o Gabriel. Confesso que nem sempre consigo. Às vezes, acabo pegando o celular ou até tendo que arrumar a casa ou fazer comida enquanto estou com ele. Procuro deixar para fazer isso só depois de colocá-lo pra dormir, mas, às vezes, para evitar dormir muito tarde por ter que fazer essas coisas, acabo ocupando meu tempo livre com ele com esses outros afazeres.

Sou privilegiada, sei disso e agradeço sempre por isso. Sei que há mães e pais que não conseguem fazer isso com os filhos e não é por falta de vontade, mas por terem empregos com a carga horária maior, ou outros filhos pra cuidar também ou por terem que trabalhar muito mais para sustentar sua família. Mas pensem em como é a vida de vocês e se seria possível curtir melhor o seu filho ou sua filha, aproveitando com mais qualidade o tempo que se tem com eles (mesmo que seja pouco).

Essa fase da separação dói, mas imagino que deva doer muito mais a separação natural do crescimento, quando eles ficam mais velhos e aprendem a voar sozinhos. Precisamos construir um ninho forte para que eles saibam que podem sempre voltar pra casa. E acho que isso se faz com amor e dedicação. Eles vão querer passar muito mais tempo depois fazendo outros programas que não nos envolvem. Então, enquanto nós somos os programas deles, temos que aproveitar. Enquanto nós somos o mundo deles, vamos ser um mundo cheio de presença e amor. Porque daí quando eles tiverem asas para desbravar esse mundão que existe fora da nossa casa, a gente não vai se arrepender por não ter aproveitado da melhor maneira.

É fato que o tempo passa – e rápido. Vamos perder menos tempo falando essa frase e aproveitando melhor cada tempinho que tivermos com nossos filhos. Aliás, assim que terminar de postar aqui já vou brincar com o Gabriel que está me puxando aqui na cadeira. 🙂 <3

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1 Comment

  1. Tocou fundo, amiga… Principalmente hoje, que praticamente joguei o Vini no colo da professora e saí correndo… 🙁

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  1. Melhores links da semana (de 22 a 27/02/2016) - Só Melhora - […] diversos motivos porque temos que nos separar dos nossos filhos. Algumas vezes essa separação é mais tranquila, outras é…

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