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A pior mãe do mundo

Postado em 24/07/2015 por em Comportamento | 4 comentários

Crédito: Imagem da Internet

Crédito: Imagem da Internet

 

Ainda na série do ‘ser mãe é pagar a língua’ (veja esse post). Há muito tempo venho me policiando para evitar julgar as pessoas, principalmente por que tomamos uma ou duas informações como verdades absolutas, para definirmos algo ou alguém na nossa mente. Mas preciso confessar que no meu íntimo, antes de ter a Maria Antônia, sempre julguei os cuidados da mãe que deixava seu bebê cair da cama. Eu pensava com os meus botões que aquilo era um absurdo MASTER e que JAMAIS deixaria minha filha cair da cama. Pois bem, não bastasse deixar minha filhotinha cair da cama 1 vez, repeti o ‘feito’ mais 3 vezes (até agora).

 

A primeira vez que a deixei cair da cama, ela tinha uns 4 ou 5 meses, fui ao banheiro lavar as mãos e pelo espelho eu conseguia vê-la, de repente, ao me virar para pegar a toalha, só escuto o barulho e corro até ela, já no chão. Aiiiii não, meu coração ficou partido, ela chorava e seus olhinhos me diziam: “como vc deixou isso acontecer, mamãe!?”. Eles se desenvolvem tão rápido, nem sabia que ela já conseguia se mexer tanto a ponto de cair da cama em menos de 10 segundos.

 

O pior é que as outras quedas foram todas comigo do lado e a última, comigo e com o meu marido juntos. E aí você se pergunta como eu consegui fazer isso? Não sei, a agilidade deles é uma coisa fora do comum. Logo eu que sempre achei que a mãe que deixa seu bebê cair é incompetente, paguei a língua bonito. Não preciso nem dizer que não acho mais, né?! Tenho sempre muuuuito zelo e cuidado com a Maria Antônia e consegui essa ‘proeza’ 4 vezes, então nem preciso dizer que assim já foram 4 dos dias em que me senti a pior mãe!!

 

Agora a M.A. está na fase de testar tudo e todos e começou a dar tapinhas no meu rosto, obviamente não permito, digo que não pode e seguro o bracinho dela sem machucar, porém com firmeza. Na última vez, mostrei como se fazia carinho, ela riu e assim que soltei seu bracinho voltou a repetir o tapa, me apressei em segurar seu bracinho novamente, mas minha mão escapou e acabei passando a unha no cantinho da boquinha dela e sangrou. Ai, ai, ai, ela fez um bico do tamanho do mundo e chorou bem sentida. E aí me senti a pior mãe de novo.

 

Mas já houve vezes também em que esbravejei com ela, por ela não querer dormir, no começo me estressava, cansava, chorava, mas agora simplesmente mudo o rumo. É noite, tá cansada, mas não quer dormir? Ok, vamos brincar mais um pouco e tentamos de novo daqui a meia hora. No começo, depois de ficar braba, quando ela finalmente dormia nos meus braços, a culpa tomava conta e me sentia a pior mãe do mundo de novo. Com o tempo, aprendi a atender algumas das minhas necessidades (fome, por exemplo) antes de partir para as tarefas com ela, de forma que controlar a minha ansiedade ficou muito mais fácil.

 

Mas de tudo isso, o que faz  com que eu me sinta a pior mãe do mundo, não é o arranhão ou a queda em si, por que os machucadinhos logo passam, mas sim, a carinha dela, seus olhinhos tentando entender por que eu “fiz” ou permiti aquilo ou por que falei de maneira mais rude com ela. Claro que eu explico, peço desculpas, por que mesmo não parecendo, eles já entendem muito, mas fico mesmo com o coração partido e o sentimento de culpa toma conta.

 

Já aprendi que não posso garantir que a Maria Antônia nunca mais cairá da cama, mas posso garantir que meus cuidados estão redobrados e que me esforço cada dia mais para que isso não se repita.

 
O mais interessante é que não precisamos que ninguém nos diga que fizemos errado, nós sabemos, mães são autocríticas por natureza, né?! Mas, honestamente, tenho consciência dos esforços que faço pela minha filhota, não sou uma mãe perfeita, mas me entrego em busca do que é o melhor para ela, sem achar que é um grande sacrifício ou me chatear por estar abrindo mão de algumas coisas. Tento ser realista e faço uma avaliação mental constante da minha conduta, tentando me certificar de que estou fazendo tudo certo. Mas o fato é que ninguém está livre de cometer erros, precisamos nos policiar para minimizá-los, mas também aceitar que não nascemos sabendo e que cometê-los é inevitável, às vezes. Já aprendi que não posso garantir que a Maria Antônia nunca mais cairá da cama, mas posso garantir que meus cuidados estão redobrados e que me esforço cada dia mais para que isso não se repita.

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4 Comments

    • <3 <3

  1. É, eu falo muito para o meu filho: “não grita, não precisa gritar!”.
    Aí, quando eu me descontrolo (e os filhos são bons em descontrolar os pais), meu filho me fala: “não precisa gritar, mamãe!”. Resultado: é essa sensação de “pior mãe do mundo” :/

    • Verdade, esses pinguinhos de gente, com um olharzinho ou uma frase, fazem a gnt repensar tudo né?! <3

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  1. Tolerando os outros (palpiteiros de plantão) | Não são gêmeos - […] último post (leia aqui), falei sobre como nós mães somos autocríticas, sempre nos cobramos e por vezes nos culpamos…

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