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Mãe não devia ficar doente

Postado em 06/06/2015 por em Saúde | 2 comentários

Crédito da Foto: Bolsa de Mulher

Crédito da Foto: Bolsa de Mulher

Gabriel estava então com quatro meses. Eu comecei com uma dor de garganta, que veio com uma febre e, de repente, uma gripe se instalou em mim e toda aquela dor no corpo e vontade de ficar na cama o dia inteiro me derrubaram. Mas eu não podia me dar “ao luxo”, obviamente, pois tinha um filho pra cuidar. E como é ruim quando a gente está nesse estado, não é? O cansaço já faz parte da gente, mas doente ainda ficamos mais podres enquanto nossos pequenos precisam da gente.

 

Na minha primeira experiência assim, eu só posso agradecer ao meu filho que foi bem bonzinho. Precisei unir as minhas poucas energias para dar de mamar, trocar fralda, brincar um pouco e fazê-lo dormir, afinal, ele é um bebê e não poderia ser diferente, né? Mas a melhor parte foi que ele não me deu trabalho pra dormir nesses dias. Um querido, pois eu não teria forças para embalá-lo por um tempão pela casa – como tantas vezes já tive que fazer no início.

 

Pode ser loucura minha, mas eu até acho que eles nos entendem e nos ajudam. Logo depois que o Gabriel nasceu, eu não conseguia ficar de pé. Apesar de ter tido um parto normal, tive um pós-parto complicado porque perdi muito sangue e precisei de transfusão (assunto para outro post). O fato é que, com isso, eu não tinha forças para cuidar dele e precisava que as pessoas o colocassem no meu colo para eu amamentá-lo. E lembro que, nesses primeiros dias, ele foi um anjo que quase nem chorava. Meu marido também foi outro anjo me ajudando muito – como sempre. Me emociono ao lembrar da cena do Eduardo acalmando o Gabriel na maternidade enquanto eu mal conseguia ficar de olho aberto de tanta dor de cabeça.

 

Infelizmente, não tem um feitiço que impeça as mães de ficarem doentes, mas nessas horas vejo como realmente é importante estarmos bem para podermos cuidar bem dos nossos pequenos.

 

Eu procuro sempre conversar com o Gabriel, dizer o que vou fazer com ele e o que eu estou sentindo. Isso quem me orientou foi a doula que contratamos. Nas primeiras semanas em que eu chorava muito (ah, o puerpério!), às vezes, eu segurava o choro enquanto amamentava porque não queria que o Gabriel percebesse. Aí ela me disse pra não segurar, que tudo bem eu chorar, mas que eu explicasse pra ele o que eu estava sentindo. E desde então eu faço isso e tenho a impressão de que ajuda – pelo menos me deixa mais tranquila.

 

Quando fiquei doente pela primeira vez após ele ter nascido, foi assim. Eu conversei com ele e disse que estava muito cansada por causa da gripe. Nos dois dias que fiquei pior, eu falei isso e o coloquei deitado na minha cama e dormimos os dois juntos por um tempo, o que me permitiu descansar um pouco. E outra coisa que ajuda, é claro e óbvio, é pedir ajuda. No dia em que eu estava mais exausta, chamei minha sogra pra vir em casa e ficar com ele durante à tarde e pude me deitar um pouco também entre as mamadas.

 

Infelizmente, não tem um feitiço que impeça as mães de ficarem doentes, mas nessas horas vejo como realmente é importante estarmos bem para podermos cuidar bem dos nossos pequenos. Desde o momento que o bebê nasce, as pessoas começam a dizer para nos cuidarmos também e é verdade e recomendado. Precisamos achar forças para nos alimentar bem e descansar muito sempre que pudermos – mesmo que esses momentos pareçam raros no início. E quem puder contar com ajuda de familiares e amigos também é uma mão na roda.

 

No mais, com o inverno chegando logo, vamos todas nos cuidar para ninguém ficar doente. Pior que mãe doente, é filho doente, né? Mas disso conversamos em outra oportunidade.

 

PS: Refletindo sobre esse post, fiquei pensando que eu escrevi “apenas” de uma gripe que tive, enquanto tantas outras mães passam, infelizmente, por situações de doenças mesmo bem mais difíceis e sérias e, mesmo assim, dão conta e continuam cuidando bem (dentro do possível) dos seus filhos. Muita força pra essas mulheres e meu desejo de que todas possam melhorar e vencer, cada uma, sua própria batalha. Mãe não devia ficar doente mesmo! (Aliás, ninguém deveria)

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2 Comments

  1. Querida, eles realmente entendem o que dizemos. Aliás, mais do que isso, eles sentem, são parte de nós. Nós custamos a acreditar, mas já tive provas de que isso é real. beijos;)

  2. Mão não deveria ficar doente. Nem filho deveria ficar doente. Nem marido deveria ficar doente. As outras pessoas até que têm esse direito… hehehe
    Concordo totalmente que os pequenos percebem nossos momentos de altos e baixos. Agora com 2 anos, o Vinicius de vez em quando me pergunta: “mamãe, você tá feliz?” 🙂 Como não amar???

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