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No meio do caminho tinha uma candidíase

Postado em 04/09/2015 por em Amamentação | Comente!

Eu e o Gabriel participando do Dia do Mamaço em 1º de agosto. | Crédito: Arquivo Pessoal

Eu e o Gabriel participando do Dia do Mamaço em 1º de agosto. | Crédito: Arquivo Pessoal

Que o início da amamentação é difícil, é fato. Eu e a Ju já compartilhamos nossas experiências por aqui para mostrar como, no começo, é dolorido – ainda mais quando aparece a temida mastite. E não é difícil encontrar textos que nos alertam e tentam nos preparar para essa fase inicial.

Lembro que no primeiro mês eu nem conseguia encostar a toalha de banho para secar o bico dos seios de dor. Perguntei pra Ju quando isso passaria e ela me disse que levava uns dois meses. Por aqui, acho que foram quase três para eu parar de sentir qualquer incômodo.

Eis que, há umas semanas, completamos 11 meses de amamentação e eu fiquei feliz da vida com a conquista, amando amamentar e achando que mais nada poderia ocorrer – afinal, o processo já estava estabilizado. Sabe de nada, inocente!

Primeiro, eu comecei a sentir um leve incômodo no bico do seio. Achei que eram os dentinhos do Gabriel (ele já tem três em cima e três embaixo) roçando, mas foi piorando. Esperei uma semana achando que ia passar sozinho, mas não. Eu comecei a sentir ardência no mamilo (em um só que é o que meu filho mais mama) mesmo quando não estava amamentando. Comecei a ficar preocupada de a dor chegar a um ponto em que eu não conseguiria amamentar.

Pra minha sorte, uma conhecida minha tinha me dito há um tempo que teve dor ao amamentar e, ao investigar, descobriu que era candidíase mamária. Sorte minha ela ter me dito isso, pois eu não fazia ideia de que isso existia. Ao começar a sentir essa dor que não passava, suspeitei que podia ser.

Me comuniquei com a enfermeira Carol Scheuer (Amiga Materna) – com a qual eu ja tinha me consultado anteriormente – e, pelos sintomas e foto que mandei, ela também achou que era candidíase e me orientou a ir no médico. Fui no plantão da maternidade e a suspeita se confirmou.

A candidíase na mama é uma infecção fúngica que gera sintomas como dor, vermelhidão, ferida de difícil cicatrização e sensação de fisgada na mama após o bebê mamar. | Fonte: Dra. Sheila Sedicias (Ginecologista) – site: Tua Saúde

A candidíase é popularmente conhecida como sapinho. A médica disse que isso era comum em quem amamenta prolongadamente. Ela também me disse que o Gabriel pode ter me machucado com o dente e o fungo se aproveitou da fissura para se manifestar. Isso porque a gente pode ter o fungo, mas ele pode não se manifestar (tipo o que ocorre com o vírus da herpes). Normalmente, a mãe pega da criança que tem na boca e passa para o seio da mãe. E aí tanto mãe quanto bebê precisam ser tratados. Mas, por aqui, Gabriel não teve nada – duas pediatras fizeram exame clínico e disseram que ele não tinha sapinho na boca.

A doutora me receitou uma pomada para passar diariamente e me disse que a partir de três dias já deveria melhorar e para continuar a pomada por dez dias. Mas não melhorou. E aquele momento que eu adorava, passou a ser muito dolorido. Confesso que tentei não dar algumas mamadas (Gabriel já come, mas mama em livre demanda ainda) para evitar a dor, mas continuei amamentando mesmo assim e não queria parar.

Também fiz uma ultrassonografia da mama para descartar abscessos. Não deu nada, só duas mamas com leite (ufa!).

Quando a dor não melhorou em três dias, falei com meu obstetra que me receitou tomar também um remédio oral. Passaram-se os dez dias e eu não estava 100%. Voltei no plantão e recebi mais uma indicação de remédio oral e a pomada deveria continuar a ser passada. Eu deveria tentar pegar sol no seio também (o que eu não consegui por causa dos meus horários, então apelei para uma luz infravermelha que já tinha usado no pós-parto).

Dessa última vez que fui no plantão, uma outra médica me disse que a candidíase deveria melhorar, mas que se depois os dentes dele continuassem me machucando, uma opção adotada por algumas mães era a de desmamar. Eu não queria e torci para que a dor fosse só da candidíase.

Sei que a partir da introdução alimentar pode ocorrer o desmame natural, mas eu espero amamentar por mais tempo ainda (chegar até os dois anos, quem sabe). Felizmente, uma semana depois eu parei de sentir dor e amamentar voltou a ser um prazer.

Se meu filho é meu lugar preferido,amamentá-lo é o cantinho que eu mais gosto desse lugar.

Um dos meus momentos preferidos do dia: amamentar o Gabriel antes de dormir. | Crédito: Arquivo Pessoal

Um dos meus momentos preferidos do dia: amamentar o Gabriel antes de dormir. | Crédito: Arquivo Pessoal

Amamentar com dor só com muito amor, né? E, às vezes, mesmo com todo o amor do mundo pode ser muito difícil. Por isso, eu entendo quem opta por parar de amamentar por algum percalço desses. Temos que saber nossos limites. Como sempre dizemos por aqui, persista, busque ajuda se necessário, tente ao máximo amamentar – porque faz bem pra mãe e pro bebê. Mas, se não der, não se abale. Não pode ser um martírio, tem que ser bom para ambos os lados.

Por aqui, como a Ju disse no post sobre curiosidades da amamentação prolongada, enquanto for importante para o Gabriel e ele quiser, vai ser importante pra mim. Espero não sentir dor de novo, mas aprendi que mesmo quando a gente acha que mais nada vai acontecer, sempre há chance. Então, se algo acontecer, espero que o incômodo e a dor não cheguem ao ponto de me fazerem parar de amamentar.

Já levei umas mordidas do Gabriel e não foi nada legal. Tento explicar pra ele que não pode morder porque me machuca. Não sei se ele entende, mas isso ocorre bem poucas vezes – felizmente.

Na semana que vem, completamos um ano de amamentação. Graças a Deus (e aos profissionais que me ajudaram e aos remédios), a comemoração será sem dor, com prazer e muito amor. E estou muito feliz por isso. Se meu filho é meu lugar preferido, como eu disse no post da semana passada, amamentá-lo é o cantinho que eu mais gosto desse lugar. <3

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