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Qualidade de vida para os nossos bebês

Postado em 04/04/2016 por em Comportamento, Viagem | Comente!

Cidade das Artes e das Ciências - Valência

Cidade das Artes e das Ciências – Valência

Se tem uma coisa com que toda mãe se preocupa, é que o filho cresça num ambiente tranquilo e seguro. E esse ambiente não é só a nossa casa, mas a escola, a vizinhança, e, no sonho, o mundo inteiro, né!? Fizemos uma viagem de quase 20 dias pela Espanha, fomos visitar amigos que moram em Valência e aproveitamos para conhecer Barcelona e Madri também. No próximo post vou falar de dicas de passeios e de como economizar na viagem, mas hoje, quero mesmo é falar de como me senti respeitada, num país que nem é ‘meu’. Me senti cidadã de verdade, entendem?

 

Acho que essa viagem apurou o meu senso crítico e me mostrou como nós, brasileiros, estamos acostumados a sermos maltratados. Nós somos vítimas de tanto descaso e isso é tão comum, que nem percebemos mais o contexto absurdo em que vivemos. Algumas coisas me marcaram nessa viagem:

 

Ônibus em Valência com espaço para cadeirantes e carrinhos de bebê.

Ônibus em Valência com espaço para cadeirantes e carrinhos de bebê.

Acessibilidade: Passamos uma semana inteira em Valência, andamos por toda cidade e absolutamente TODA a frota de ônibus tem estrutura para receber cadeirantes e carrinhos de bebê.  Todas as ruas e praças têm calçadas seguras para quem tem alguma dificuldade de mobilidade, a cidade tem muitas praças e parquinhos para as crianças de todas as idades. É uma cidade que foi fundada antes de Cristo, tem mais de 2.100 anos e mesmo assim seus governantes conseguem mantê-la atualizada e atendendo às necessidades da população. E observando essa questão da acessibilidade, por ingenuidade ou ignorância, comentei com a minha amiga que mora lá: “Nossa, como tem cadeirante aqui, né?!”. Ao que ela me respondeu que na verdade, é que eles têm liberdade e autonomia, diferente do que vemos aqui. Sem mais.

 

Metrô - deboche - em Madri.

Metrô – deboche – em Madri.

 

Mobilidade urbana: Praticamente todas as ruas de Valência têm ciclovias, o ciclista não disputa espaço nem com os pedestres e nem com os carros, assim como em Barcelona. Madri já é uma cidade com mais morros, então não observei tantas ciclovias e nem muitos ciclistas tb. O transporte público é sensacional, ônibus, metrô, trem, é tudo muito espaçoso e limpo, não dá nem vontade de ter carro!

 

 

 

Maria Fofinha correndo ao avistar um parquinho <3 <3

Maria Fofinha correndo ao avistar um parquinho

Segurança: Aqui nós precisamos estar sempre nos policiando, onde vamos, se vamos levar a bolsa ou só o dinheiro no bolso, se as portas do carro estão trancadas quando paramos na sinaleira, se o cara de terno e gravata que se diz vendedor de livros e toca a campanhia da sua casa, é mesmo isso que ele está falando, ou se é um bandido, enfim… Outro dia me peguei discutindo com o meu marido sobre se fossemos abordados por um ladrão no carro, como agiríamos. As pautas dos nossos programas de TV, com recorrência são “como agir em caso de um sequestro” ou pior, são programas inteiros que mostram os crimes cometidos em determinados locais, sempre tensão. Enfim, esse meu amigo que mora na Espanha nos comentou um dia que as pessoas lá não têm essa preocupação, não passa pela cabeça deles sofrer uma violência urbana qualquer, salvo pequenos furtos. E eu fiquei pensando no tamanho da sensação de liberdade que deve ser viver assim. Aliás, não deve nem haver essa sensação, por que esse medo é desconhecido para eles, mas nós que vivemos essa ‘tensão’ diariamente e que já faz parte da nossa vida, não conseguimos nem perceber o quanto isso nos tira tempo de produzir, fazer coisas mais importantes, de ser mais leve e feliz. Encontramos três brasileiros que moram lá, um garçom, uma taxista e um relações públicas, com exceção da taxista, todos tentaram voltar para morar no Brasil, por saudades da família, mas os dois voltaram em menos de 2 meses, por que não conseguiram se readaptar ao ‘medo’. :~(

 

Parada obrigatória :)

Parquinho: Parada obrigatória 🙂

Liberdade: Mulheres de 70 anos andam na rua com parte do cabelo raspado e parte pintada de verde e ninguém ousa ridicularizá-las, dois homens, namorados, andam na rua de mãos dadas e não se escuta piadinhas, mulheres andam com shorts curtos e nenhum homem ‘no cio’ as desrespeita. É um povo livre e ocupado com o próprio umbigo, achei muito legal! Um dia no parquinho, um menininho um pouco maior, começou disputar um brinquedo com a Maria Antônia e a mãe dele rapidamente interferiu e disse que ele precisava dar a vez para ela por dois motivos, primeiro por que ela é pequenina e depois por que é uma menina, por isso, ele precisava ser cavalheiro. Citei essa situação por que entendo que a nossa liberdade termina onde começa a do outro e isso tem tudo a ver com respeito, então a criança sendo educada dessa forma, combinado com um contexto sócio-econômico favorável, o país só pode prosperar. <3 Mas eles tb confundem a liberdade com a falta de respeito no quesito cigarro, é irritante a quantidade de fumantes nos espaços públicos, se você sentar numa mesinha da parte de fora de um café ou restaurante, prepare-se para ‘fumar junto’, eles não fazem cerimônia nem se houver uma criança ou bebê por perto.
O meu intuito com esse post é fazer mais pessoas refletirem e se sentirem incomodadas com o nosso contexto político. Não podemos desistir de mudar o nosso país para melhor e não podemos aceitar essa situação como uma constante. Estamos enfrentando o ápice de uma crise que dura 516 anos e não podemos nos conformar. Acredito que precisamos perseverar em fazer o bem e em mudar essa realidade. Nós e toda nossa família merecemos viver num lugar melhor!

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