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Cada criança no seu tempo

Postado em 26/09/2015 por em Desenvolvimento | 6 comentários

Nosso pequeno engatinhando na grama como tanto gosta | Crédito: Arquivo pessoal

Nosso pequeno engatinhando na grama como tanto gosta | Crédito: Arquivo pessoal

Quem acompanha o blog, sabe que o Gabriel completou recentemente seu primeiro aninho, um marco na vida dele e na nossa. Talvez, por todo o significado que essa data possui, nas últimas semanas me peguei tendo que responder a várias perguntas sobre seu desenvolvimento e eu mesma me perdi nessa viagem de comparações.

Não me levem a mal. Que mãe não gosta de falar do seu filho e das suas conquistas? Até eu, que não sou de muita conversa com quem não tenho intimidade, me vejo falando com desconhecidos que na rua me perguntam sobre ele. Mas percebi como existe essa expectativa social de que as coisas aconteçam e, mesmo que seja só para puxar conversa, as perguntas acabam nos gerando uma certa ansiedade – que pode ir além da natural se não tomarmos cuidado.

Sim, ele ainda mama no peito. Às vezes, ainda acorda de madrugada e eu acabo dando o peito para que ele durma mais rápido (O cansaço e o sono falam mais alto…). Sim, na teoria, ele já pode comer a comida da família, mas continuo fazendo refeições separadas para ele, até porque ainda não mudamos nossa alimentação para ser tão saudável quanto a que busco dar para ele. Ele também não fala, nem mamá, nem papá. Emite um monte de sons, bem conversador, mas nada que eu consiga já achar que é uma palavra específica.E a resposta para a pergunta mais feita quando a criança completa um ano: não, ele ainda não anda.

Lógico que vendo outras crianças com idades próximas ou iguais, ficamos ansiosas por saber quando nosso pequeno chegará nessa fase também. Na escola do Gabriel, as meninas (um pouco mais velhas e até da mesma idade) engatinharam bem antes do que ele e já estão andando. Gabriel, na sua tranquilidade, prefere ainda o conforto da bunda no chão e a agilidade e rapidez que tem ao engatinhar.

Tentamos estimulá-lo a andar com aqueles brinquedos de apoio, mas ele dá uns passinhos e senta. Ou nem dá e já flexiona as pernas para nem encostar no chão. É engraçado!

Claro que acho que temos que estimular esses avanços no desenvolvimento dos nossos filhos – de maneira saudável e sem forçar a barra. Mas acho que cada criança tem o seu tempo e o seu ritmo e isso deve ser respeitado.

Ajudando o Gabriel a ficar de pé | Crédito: Arquivo pessoal

Há os períodos em que cada novo aprendizado deve ocorrer e isso deve ser acompanhado, com certeza, até para que possamos verificar algum atraso se for o caso. Mas esse período “social” é diferente do período “médico”, que é o que realmente importa. Então, tentemos não nos prender nas referências dos filhos de amigos, coleguinhas da escola, conhecidos da vizinha e netos da fulana que sentaram, falaram, andaram e tiveram o primeiro dente com x meses. Converse sempre com o seu pediatra para saber se o desenvolvimento do seu filho está dentro do considerado “normal”. Se sim, relaxe e curta cada dia sem querer apressar o tempo.

Às vezes, tenho a impressão de que ficamos sempre esperando pelo futuro. Imagina quando ele nascer, imagina quando ele sentar, imagina quando ele andar, imagina quando ele falar e por aí vai. Sim, é muito bom imaginar o futuro (ainda mais um futuro lindo desse), mas temos que cuidar para não perder o presente. O tempo passa tão rápido, não é mesmo? Sinto falta de um bebê tão pequeno que não rolava da cama e ficava quietinho para trocar fralda. Mas acho lindo quando eu vou pegá-lo no quarto e ele está de pé no berço me esperando de braços abertos.

Não podemos frear o desenvolvimento deles, mas podemos curtir cada fase com tranquilidade. Vai chegar a hora pra tudo, no tempo deles e não no nosso. Que tenhamos a paciência para esperar cada novo aprendizado e aproveitemos esse tempo para aprender, afinal, filhos vêm também para nos ensinar (e como!). <3.

 

 

Quase me esqueci! Compartilho um texto lindo que li nesta semana sobre isso: Não se preocupe, seu filho vai largar a chupeta. A fonte é o blog Meu filho usou:

Não se preocupe, seu filho vai largar a chupeta.

Vai deixar de usar fraldas, vai sair da sua cama.
Seu filho vai desmamar, do peito e/ou da mamadeira.
Seu filho vai deixar de querer o “naninha” à noite.

Ele vai aprender a fazer seu próprio pão com manteiga,
vai parar de chorar quando você o deixa na escola.
Seu filho vai querer que você o deixe em paz,
assim como muitas vezes você deseja, em silêncio.

Seu filho vai parar de falar “cabeu” (e você de corrigi-lo),
vai parar de rabiscar as paredes.
Vai fazer escolhas que você não julga certas,
e você não vai poder colocá-lo no cantinho do pensamento por isso.

Seu filho vai parar de chorar em público,
de se espernear pelo brinquedo da loja.
Seu filho vai amar outras pessoas na vida,
e talvez você sinta ciúmes.

Um dia você vai lavar meias maiores que as suas,
um dia a falta de sono terá outro significado para você.
Um dia você vai ver que faculdade é mais cara que fraldas.
Um dia será você quem precisará de colo.

Não tenha tanta pressa.
Pode ser que um dia você sinta falta disso tudo.
Aproveite o amor recíproco entre vocês,
em todas as suas formas de demonstração, em todas as suas fases.

Aproveite a vida.
Aproveite seus filhos.

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6 Comments

  1. Olá Marcela. Tudo bom?
    Tenho um pequeno de três anos e lembro muito bem dessas comparações e angústias. Apesar de ter tentado não me prender a nenhum conselho- que recebemos aos montes – um deles levo comigo. Ouvi que devemos respeitar a criança e seu tempo. E segui tentando pôr em prática.
    Assim, o Pedro caminhou no tempo dele, sem ajuda, sem andador. Ele começou segurando nas cadeiras até que um dia foi. E isso foi depois de um ano. Assim foi com a fala, com o sono, com o comer sozinho. Devo confessar que muitas vezes fiquei em dúvida se isso iria funcionar. Se ele sempre ia dormir comigo ou depender de mim.
    O exemplo que considero mais significativo é o desfralde. Todos queriam desfralda-lo aos dois anos. Pela primeira e acho única vez consegui realmente me posicionar e responder a todos -pai, , família, escola – que ele iria no tempo dele. Explico desde que ele tem um ano o processo. Compramos o penico, colocamos adesivos no banheiro, mostro a saída de água dos potinhos. Mas só há duas semanas que ele decidiu tirar a fralda e usar a privada, sem penicos ou redutor de assento. Ainda há escapes. Mas fico extremamente feliz que foi a decisão dele.
    Assim, concordo com seu texto e gostaria de afirmar que sim cada criança tem seu tempo. Nosso dever enquanto pais é demonstrar, apoiar e esperar o momento desses pequeninos. Nossa ansiedade é nossa e não deve realmente interferir no processo de crescimento e aprendizagem. Mas é difícil ter essa tranquilidade quando estamos no olho do furacão.
    Abs para vocês e parabéns pelo filhote.

    • Bem isso, Ana: nosso dever é apoiar e esperar o momento deles. Obrigada pelo comentário! Beijos

  2. Muito bom! É incrível como as pessoas têm expectativas sobre a vida alheia! Quando a gente namora é: “quando vão casar?” Quando a gente casa é: “quando vão ter filho?” Quando a gente tem o filho, é isso que falas no texto. As perguntas não acabam nunca!
    Por aqui estamos na fase do: “ainda usa fralda? ainda chupa bico? ainda toma mamadeira? ainda acorda de noite?”
    É… se não tomarmos cuidado fazemos das expectativas dos outros as nossas! Obrigada por me lembrar disso, querida!

    • Adorei a frase: “se não tomarmos cuidado, fazemos das expectativas dos outros, as nossas!”. Perfeita! Beijos

  3. Marcela, Adorei ler seu blog!
    É muito complicado lidar com as pessoas e suas expectativas em relação ao nosso filho. O meu tem 2 anos e três meses e ainda usa fraldas e não tem a fala desenvolvida como vejo em crianças menores que ele até.
    Para mim, não é nenhum motivo de preocupação, Pq no dia a dia eu vejo o esforço dele em se comunicar e a curiosidade em utilizar o banheiro.
    Eu prefiro seguir a natureza dele, o tempo dele como Vc disse. É lindo de ver ele aprender sozinho, mas com nosso apoio.
    Já chorei tantas vezes com as críticas de que meu filho era atrasado…mas essa fase passou e eu amadureci e junto com meu marido consegui relaxar e deixar as coisas acontecerem.
    Obrigada por me ajudar tbm a perceber que outras pessoas passam por isso é não só eu!
    Bjos, Isis

    • Sinta-se abraçada, Isis! Por aqui, já temos 1 ano e três meses e nada de andar. E eu falo para os outros e para mim: ele tem o tempo dele e, por enquanto, não há motivos para preocupação. Obrigada por compartilhar um pouco da tua vivência! É tão bom saber que temos sentimentos parecidos como mães, né? Um beijo pra ti!

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