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Visita de Mãe: O tempo passa

Postado em 29/07/2015 por em Comportamento, Desenvolvimento | 2 comentários

Hoje temos uma nova convidada na nossa coluna para nos mostrar como logo nossos pequenos crescem. Vamos deixar que ela mesmo se apresente:

Sou a Geisa Golin Albano, designer gráfica, mãe da Alice de dois anos e sete meses. Tento estar sempre em equilíbrio e transparecer para a minha filha todo o amor que sinto por ela, mas mostrando que ela não é o centro do mundo. É uma busca constante. 🙂

Boa leitura!

O tempo passa | Por Geisa Golin Albano

 

Quando a Marcela, minha querida amiga do trabalho, me incentivou a escrever um texto para o seu blog, me senti super honrada. Primeiro porque a admiro muito e depois porque escrever sobre a maternidade é algo que nos alivia a tensão e as cobranças diárias que, inevitavelmente, uma mãe passa.

Alice sendo brabinha, | Crédito: Arquivo pessoal

Alice sendo brabinha, | Crédito: Arquivo pessoal

Ela disse que poderia ser sobre qualquer assunto que envolvesse a maternidade e demorei a decidir sobre o quê eu gostaria de escrever. Poderia ser sobre parto, amamentação, sono, alimentação, desfralde, dentre tantas coisas e fases do desenvolvimento dos filhos, que passamos de forma intensa e também a jato. Sim, para mim as fases passam muito rapidamente e isso tem o seu lado bom e o seu lado ruim e saudosista também.

Depois de passar uns dias pensando, decidi escrever sobre o que estava me afligindo naquele momento como mãe, naquela fase da minha pequena Alice, que hoje com 2 anos e 7 meses deixava de ser um bebezinho para se tornar uma menina.

A Alice desde recém-nascida nunca foi um bebê calmo e simpático. Até exatos 2 meses e 3 semanas teve cólicas diariamente, chorava muito. A medida que foi crescendo se tornou uma bebê de muita personalidade. Quando passeava com ela de carrinho pelo shopping as pessoas vinham sorrindo conversar com ela e ela geralmente franzia a testa fazendo cara feia. Tá certo que isso acontece até hoje, mas agora sinto que ela é mesmo uma pessoinha de personalidade forte. Ri e conversa só com quer.

Hoje, passando pelos “terrible two”, Alice faz umas birras muito feias, às vezes se joga no chão, chora alto – muito alto, grita, muitas vezes não divide os brinquedos, quer escolher o pijama que vai dormir, as meias que vai calçar, o copo que vai tomar água e com quem vai tomar banho. Com esse turbilhão de escolhas e decisões é comum ouvir das pessoas próximas: Geisa, ela tá ficando mimada!

Ai, como isso é difícil de escutar, afinal ninguém quer criar um filho mimado. Eu mesma nunca me senti mimada. Meus pais sempre souberam reconhecer minhas vitórias, mas nunca em demasia, e além disso sempre fui cobrada para executar minhas obrigações, mesmo que elas fossem apenas estudar. Já li muito sobre o assunto e sei que autoestima está ligada à forma como você é tratado durante a sua vida, por isso nunca desejei ter uma filha que ganhasse tudo de mão beijada, que não soubesse o valor das coisas, que não conhecesse as frustrações da vida, que não soubesse perder. Mas a verdade é que muitas vezes, ao escutar que estou mimando a minha filha, chego a concordar com essa afirmação. Sim, essa menina está mesmo muito mimada, chora por tudo! Não está certo! Mas, no momento seguinte, me vejo limpando suas lágrimas e a consolando pois, por outro lado, não quero que ela cresça sem afago, sem abraços, sem conforto.

Alice assustando a mamãe. | Crédito: Arquivo pessoal

Alice assustando a mamãe. | Crédito: Arquivo pessoal

É muito difícil encontrar o estreito limiar entre o certo e o errado, entre o incentivo e o desencorajamento. Talvez, esses dois lados nem existam. Independente de todas as minhas tentativas, erros e acertos, tenho a convicção de buscar um equilíbrio entre o educar e o amar, entre o estimular e o “deixar rolar”, entre instruir e o fantasiar.

Essa é só uma parte dessa fase linda de uma menininha. Mas há muitas outras: em que ela fala a todo momento, canta sem parar, participa das rotinas da casa, ajuda o papai e a mamãe em tarefas simples como levar a roupa suja no balde. Nessa fase a Alice passou a nos elogiar, dizer o quanto somos bonitos, e o quanto nos ama. Se um pouco de mimo pode estragar alguém, que seja para o bem, que seja para o lado do afeto, do carinho, do aconchego e da segurança.

E para finalizar, sei que como todas as fases e angústias essa também vai passar, a nossa menina vai crescer, e a próxima fase será ainda mais incrível e especial, mas talvez com uma nova angústia e uma nova aflição, típica de uma nova fase da maternidade que também vai deixar saudade.

 

– Visita de Mãe: Veja aqui os textos da nossa coluna em que outras mães compartilham suas experiências. Quer participar também? Entre em contato com a gente.

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2 Comments

  1. Parabéns pelo texto Geisa! Adoro acompanhar o blog. Não sou mamãe ainda, mas gosto de me familiarizar com o tema! Afinal sou dinda, titia emprestada, amiga de mamães né… Sucesso!

    • Muito obrigada, Ania! A maternidade nos modifica por dentro de forma arrasadora! Há muitos dilemas e conflitos mas o amor envolvido é tão mas tão grande que faz tudo valer a pena! Bjos

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  1. O melhor do primeiro mês | Não são gêmeos - […] Sobre aproveitar cada fase: Nesta semana, na nossa coluna Visita de Mãe, a Geisa falou (veja aqui) sobre como…

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