Crédito da foto: Reprodução da internet

Foi no dia 22 de janeiro de 2015. Gabriel já estava próximo dos seus cinco meses. Ao ver umas bananas já maduras na fruteira, tive a ideia de fazer um bolo. Amadureci a ideia durante o dia (olha o estado da pessoa que fica um dia analisando uma coisa simples dessa). Em uma das sonecas do meu filho, procurei uma receita prática na internet e quando meu marido chegou de noite, pedi para que ele cuidasse do Gabriel para eu fazer o bolo.

Acabei atrasando um pouco o horário do banho, porque já quis deixar o bolo assando enquanto dávamos o banho e eu dava de mamar. E eis que depois que eu coloquei o Gabriel pra dormir, saiu do forno todo lindo e gostoso o meu primeiro bolo pós-parto.

Tudo bem. Devo confessar que mesmo pré-parto eu nunca fui de cozinhar muito, só o necessário. Mesmo assim, fazer um bolo pela primeira vez depois que o Gabriel nasceu foi um momento muito marcante pra mim.

Imagem postada pela mãe da Ju no seu Facebook. Crédito da foto: Arquivo pessoal

Pra vocês entenderem, eu lembro que no início de dezembro de 2014, a mãe da Ju ( a outra autora deste blog) postou uma foto dela em uma tarde, enquanto a Maria Antônia dormia, montando um quebra-cabeça com centenas de peças. Lembro de ter visto a foto e comentado com o meu marido: “Quando será que vai chegar o dia em que eu vou conseguir fazer outra coisa que não seja deitar ou dormir enquanto o Gabriel dorme?”. Fiz a mesma pergunta pra Ju uns dias depois quando nos encontramos e ela me disse que esse dia iria chegar logo.

E foi isso que esse primeiro bolo pós-parto significou pra mim: esse dia chegou! Há dias mais fáceis e outros mais difíceis ainda, mas consegui chegar naquele estágio em que, após colocar o Gabriel para dormir, eu ainda tenho energia para fazer alguma outra coisa, seja fazer um bolo, assistir a um programa de TV ou ler um livro.

Eu lembro de, por vários momentos, quando o Gabriel ainda estava nos primeiros meses, eu ver alguma chamada de filme ou programa na TV enquanto amamentava e pensar: “Eu queria muito ver, mas eu preciso dormir”. Tinha vezes que, apesar de todo o cansaço, eu nem tinha sono, mas me obrigava a deitar quando o Gabriel dormia por pensar que precisava ter energia para quando ele acordasse logo mais aos berros.

Agora eu percebo que, aos poucos, a vida vai voltando um pouco mais ao que era antes. Não que eu queira que seja como antes, porque isso nunca vai ser ( e se eu quisesse eu não deveria nem ter tido filho, não é mesmo?). Mas é bom ver que já consigo fazer coisas simples novamente, que não só envolvem meu filho, como cozinhar ( Devo fazer uma mega observação aqui de agradecimento a minha mãe e a minha sogra que, durante praticamente quatro meses, encheram meu freezer de comida para que eu não precisasse cozinhar).

Sei que tem gente que faz isso assim que o bebê nasce por opção ou por falta de opção mesmo (e a essas mães, dedico todo o meu respeito), mas eu não tinha energia nenhuma pra fazer outras coisas e por isso pra mim foi tão marcante esse primeiro bolo. Tem gente que, passadas as primeiras semanas, logo já está super disposta e fazendo mil coisas. Eu fazia mil coisas, mas tudo para o Gabriel. Além disso, como já comentei em outros posts, meu filho, nos primeiros meses, quase não dormia de dia e chorava bastante, o que me deixava acabada de tanto cansaço.

Me senti vitoriosa assim também quando consegui tomar meu primeiro banho enquanto estávamos só eu e o Gabriel em casa (lá pelos dois meses dele, eu acho), pois no início eu só conseguia fazer isso quando tinha alguém em casa junto comigo para cuidar do pequeno. Parecem conquistas bobas, mas quem é mãe entende, né? E você? Também já ficou feliz por pequenos feitos assim?

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