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Todo mundo é filho de alguém

Postado em 29/04/2015 por em Comportamento | 11 comentários

 

Créditos da Foto: Arquivo Pessoal

Créditos da Foto: Arquivo Pessoal

Estava fazendo minha pequenina dormir, cantarolando uma música do Padre Zezinho, que pede benção à família e reforça a importância do amor e do respeito para a construção da mesma. Bem, não sou uma carola, apenas acredito em Deus e sou uma apaixonada por tudo que é capaz de sentir, bichinhos, plantas, gente, etc. Como toda canceriana tenho necessidade de aninhar e com a maternidade à flor da pele, tenho ainda mais vontade de cuidar de tudo e todos, de espalhar carinho, algodão doce, arco-íris e unicórnios felizes por esse mundo afora.

 

Quando comecei a escrever esse post o título era: “Todos têm uma mãe”, mas infelizmente isso não é verdade. Sempre fui sensível aos moradores de rua, mas depois que tive a minha filhotinha, ficou inevitável olhar um andarilho, principalmente esses solitários ou de meia idade e não pensar que ele já foi o bebêzinho de alguém. Para chegar até ali, ele recebeu o mínimo dos cuidados e às vezes, o máximo e mesmo assim, está ali. Aí me pergunto: que caminho seguiram para estarem nessa situação? O que aconteceu? Sei que alguns estão na rua por opção, mas em algum momento houve uma lacuna não preenchida que desviou o caminho da vida destas pessoas. Nessa hora, aperto mais ainda a minha filhinha, dou beijinhos e penso que não pode faltar carinho, aconcheguinho, acolhimento, colinho, abracinho, cheirinho.

 

Por isso Mães, chamo todas vocês para a reflexão e para a ação na criação dos nossos bebês, que eles tenham todo o AMOR para crescerem tranquilos e seguros, tornando-se adultos melhores para um mundo melhor e não esquecidos. Lembrem-se que os seus bebês também serão pais e mães um dia.

 

Não pensem que não fico cansada e querendo que ela durma logo para que eu possa dormir também, tomar um banho ou comer tranquilamente, mas ela e TODOS os bebês do mundo, merecem que a gente respire fundo e tenha toda a paciência que eles precisam. Somos Mulheres, com “M” maiúsculo mesmo, que de vez em quando podem deixar o jantar e o banho para depois e arrumar uma solução criativa para descansar junto com o bebê, quando possível. Eles precisam de nós e precisam por inteiro, com afeto, por isso, precisamos passar por cima do que sentimos sim, em alguns momentos, por eles, pelas necessidades desses seres tão indefesos que não pediram para vir ao mundo, assim como nossas mães fizeram por nós e sem vergonha de pedir ajuda, se preciso for. Imaginem que eles passaram 9 meses protegidinhos dentro de nós e a adaptação quando nascem é um pouco dura. Minha filha tem 7 (qdo escrevi o post, agora tem 10!) meses, já senta e ri, come papinha, nossas vidinhas juntas são tão intensas que parece que nossa rotina já existe há muito mais tempo. Mas, surpresa! Ela ainda passou mais tempo na minha barriga do que aqui fora. Em outro momento vou escrever sobre o “deixar chorar”, “fazer manha” e outros temas do tipo, sempre minha humilde opinião, claro.

 

Sei lá, esse é o meu primeiro escrito depois que a Maria Antônia nasceu, minha tendência é sempre mais cômica, mas para começar quis fazer esse desabafo e essa reflexão. Só penso que nenhum pequenino merece sofrer, principalmente por má vontade dos pais. Graças a Deus, tive e tenho uma estrutura familiar que me permite ser coerente e lúcida na criação da minha filha e mesmo assim não é tão fácil, por isso, as crianças precisam de suas Mães, com “M” maiúsculo mesmo. Mães que lutam por elas e cuidam delas, não no piloto automático, mas como seres únicos que são e com a atenção e o carinho que merecem. Obviamente, tenho meus momentos de ‘game over’, que ligo a TV para a Maria Antônia e sento no sofá para descansar, torcendo para ter 15 minutos de folga, não estou falando de ‘metodologia’, falo de amor. Não tem nada a ver com dinheiro, com quartinhos luxuosos, com roupinhas novas, tem a ver simplesmente com a nossa vontade de amar.

 

Por isso Mães, chamo todas vocês para a reflexão e para a ação na criação dos nossos bebês, que eles tenham todo o AMOR para crescerem tranquilos e seguros, tornando-se adultos melhores para um mundo melhor e não esquecidos. Lembrem-se que os seus bebês também serão pais e mães um dia.

 

PS: Enquanto revisava o que escrevi, passou uma reportagem sobre uma cirurgia feita para salvar a vidinha de um peixinho dourado. É disso que estou falando. <3

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11 Comments

  1. Ju, lindo texto. A sensibilidade é intrínseca à sua constituição, portanto o que me impressionou não foi isso, mas o fato de o seu primeiro post chamar atenção para algo sobre o qual tenho pensado muito nos últimos meses: a reprodução dos laços parentais.

    A empiria do cotidiano tem me mostrado, nos últimos tempos, como nós somos reprodutores daquilo que recebemos na nossa infância. Se o que nos foi dado girou sempre em torno do amor, é isto que teremos a dar aos nossos filhos e aos nossos próximos: amor, de tantas e tão variadas formas. No entanto, se o que nos foi destinado na infância esteve longe dos carinhos diários, dos abraços apertados, das historinhas antes de dormir, das cartas de amor, do “eu te amo” rotineiro, parece-me que se torna profundamente difícil estabelecermos outro tipo de relação com o filhotinho.

    Morro de medo das visões deterministas, mas eis que chego em um momento em que, tristemente, percebo que a relação parental se desenvolve, nas gerações, de forma quase determinista. Se você não teve todo o suporte afetivo que é necessário, sim, ao ser humano, qual sua referência para que dê esse suporte ao seu filho?

    No fim e no início, o que mais importa, então, é justamente isto que você diz: o amorzinho, o cheirinho, o colinho, o beijinho e todos os inhos que merecemos até nos tornarmos adultos. Isso nos dá certeza, nos dá segurança. E somente certos e seguros é que seremos bons pais, para, assim, criarmos os filhos com a certeza e a segurança que só o amor consegue mostrar.

    • Obrigada, Amandita 🙂
      Somos produto da criação dos nossos pais e muito influenciados tb pelo meio em que vivemos (família, escola, comunidade, etc.), então a responsabilidade se estende, mas o amor e o carinho em casa são os fundamentos, os guias da nossa conduta. E as falhas ocorridas neste processo, nos levam a esse momento maluco que estamos vivendo enquanto sociedade e a dificuldade que as pessoas têm de aplicar a empatia na sua rotina.

  2. Quando nossa Sara nasceu há 2 anos eu pensava sobre isso direto, assim como pensava que todo mundo foi cuidado por alguém e que ser cuidado é maravilhoso. Quando pensamos que alguém está cuidando da gente, logo vem lembranças muito boas. Aqui em casa tudo pode (não estou falando sobre limites e sim de apego): muito colinho pode, chameguinhos pode, manhas pode, dormir agarradinhos pode, querer segurar a mão da mamãe e do papai até dormir pode (logo eles ficam independentes e não pedem mais,snif)… Não sei o que é certo nem errado, só sei que quero essas lembranças pra mim e pra ela também, porque ser cuidado é bom demais.
    Escrevo sobre as experiências aqui de casa desde que descobrimos que seríamos 3 e por isso vcs terão mais uma bisbilhoteira aqui no Blog desde já. Beijos pra vcs e bjos para os bebês delícias que não são gêmeos 😉

    • O teu resumo foi perfeito: Não é sobre limites, é sobre apego!! E para esse sim, não há limites mesmo!

  3. Lindo Ju, me emocionei. Não consigo nem pensar na possibilidade de algo ruim acontecer com a Helena (estou em lágrimas). Bjo queridas

    • Que bom que em maioria, as mães são como vc Rubia, nossos bebês são preciosos! Beijos

  4. Obrigada pelos comentários, meninas! Rafa, nossa Sara com certeza é muito amada e vocês estão criando uma pessoa maravilhosa. Sinta-se à vontade para nos bisbilhotar e também compartilhar a sua experiência que já é maior do que a nossa. Beijos!

  5. Lindo post, Juliana. E bem verdadeiro. Só discordo do “quem está na rua por opção”. Sei que tem gente que diz que prefere estar na rua, mas não acredito que seja uma opção real. Esses tempos postei no Face uma frase do Mia Couto que não lembro exatamente como era, mas que dizia que o pior da miséria é a ignorância de si própria. E não só a miséria econômica, a miséria de alma, de amor… Gente que cresceu sem perspectiva acredita que ficar na rua é uma opção, quando na verdade é falta de amor por si mesmo, amor esse que, voltando ao teu tema principal, faltou em algum momento da vida – provavelmente na infância… Enfim, dá pra pensar longamente sobre o assunto, rs. Beijo pra ti e pra Marcela!

    • Verdade, Sabrina, ainda não havia pensado por essa perspectiva também, agora vai mais um pouco para amadurecer essa visão.
      Essa é a riqueza da internet, obrigada por compartilhar 🙂

  6. Ju…vc foi criada em uma familia linda(q eu conheço bem), recebeu muito amor, carinho….fico muito feliz de ver este amor transbordar…sucesso..amei tudo…

    • É verdade, uma privilegiada! Que bom que vc gostou!! Bjs

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